A hepatite tipo C foi tema
de uma audiência pública, nesta quarta-feira (30/3), na comissão de Desporto
Paradesporto e Lazer da Assembleia Legislativa da Bahia.
A relação entre hepatite e
esporte é antiga, silenciosa e perigosa. Segundo o conselheiro da Sociedade
Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná "Nas décadas passadas a prática
comum de uso compartilhado de seringas para a injeção de estimulantes
(glicose), sem higienização adequada, pode estar
ligado à ocorrência de casos de hepatite C entre ex-jogadores de futebol. Além
disso, indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes
de 1994, tratamentos dentários e realização de tatuagens, com uso de seringas
compartilhada também eram formas de contaminação".
Raymundo Paraná disse que a maioria os 2 milhões de pacientes brasileiros com hepatite C contraiu a doença nas décadas de 70, 80 e 90 e que mais de 100 mil infectados não sabem que contraíram a doença. Cerca de 50 ex-jogadores já passaram pelo tratamento.
Segundo o especialista Paraná, o desafio de hoje é resgatar paciente em fase não avançada, já que o tratamento tem cem por cento de chance de cura. "Apesar dos recentes avanços, estima-se que não mais do que 100 mil portadores de hepatites se encontrem na rede SUS. Destes, menos de 30 mil em tratamento.", afirma.
O deputado estadual Manassés (PSL) destacou a importância da Comissão de Desporto em realizar debates e lembra que a divulgação sobre o cuidado da doença deveria ser mais incentivada. "Hoje tive uma lição de vida e aprendi muito sobre a doença. A Federação Baiana de Futebol deveria encabeçar essa divulgação no campeonato baiano da primeira divisão. Agora temos a chance de trabalhar no campeonato da segunda divisão. Pode contar com a cooperação do P.F.C Cajazeiras que vai carregar no padrão a bandeira da causa."
De acordo com o médico, a melhor modo de rastrear a doença é pelo teste rápido, que pode ser realizado gratuitamente no CTA do Garcia.