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Homofobia: Casal acusa seguranças do São João de Petrolina de espancamento







“Sinto dor por todo corpo e o sentimento é de medo, revolta e indignação”, esse é o relato do jovem Rafael Alencar, de 21 anos, judoca, que acusa seguranças do São João de Petrolina de terem agredido a ele e ao seu namorado na madrugada de domingo (23).

De acordo com o jovem, os seguranças agrediram o casal durante o show de Aviões, quando os dois manifestavam carinho em público.

“Eu estava abraçado com meu namorado e gravando um vídeo de nós dois, quando recebi um golpe pelas costas. Assim que virei, recebi outro murro e apaguei. Daí por diante não vi mais nada. Meu namorado também foi agredido e está machucado. Não vi quem foi, só sei que eram seguranças do evento e vestiam uma farda azul e branco. Deixamos o local ensanguentados e desorientados, pela saída de emergência”, contou Rafael ao PNB.

Ainda de acordo com a vítima, na manhã do domingo, ele prestou queixa na Polícia Civil e fez Exame de Corpo de Delito. Bastante machucado, Rafael foi atendido em uma unidade hospitalar de Petrolina, onde tomou pontos e realizou exames.

Acusando os seguranças de homofobia, crime previsto na Lei Nº 7716/89, Rafael Alencar afirma que levará o caso a Justiça e espera que as providências sejam adotadas.

O Vereador e professor Gilmar Santos (PT), Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Petrolina, emitiu uma nota de solidariedade ao casal, repudiando a ação dos seguranças.

Diz a nota:

“Não admitimos que se naturalizem tais violências na maior festa da nossa cidade, espaço que deveria promover a cultura de paz, de alegria. Tamanha truculência nos entristece, assim como entristece toda a população que quer se confraternizar nos festejos juninos”

O Mandato Coletivo do vereador professor Gilmar Santos (PT) vem, por meio desta, prestar toda nossa solidariedade ao jovem Rafael Alencar, membro da Federação Pernambucana de Judô, covardemente agredido por seguranças do São João de Petrolina quando estava abraçado ao seu companheiro. Esse é mais um caso de agressão por parte desses seguranças.

Estamos no século XXI, mas nem todos os olhares se voltam para a superação de preconceitos. O Grupo Gay da Bahia registrou 445 homicídios por homofobia em 2017; 30% a mais que em 2016. As pesquisas mostram ainda que até maio do ano passado, ao menos 153 pessoas LGBTs foram mortas no Brasil, vítimas da homofobia.

Considerando as pesquisas que apontam o Brasil como o país que mais mata LGBTS – 1 a cada 19 horas, acreditamos que seja cada vez mais urgente e necessário erradicarmos as abordagens policialescas e violentas contra a comunidade LGBT, que em nossa cidade tem sofrido uma diversidade de violências,sentidas também quando percebemos que as escolas ainda não têm pautado as questões LGBTs como proposta política institucional; quando os corpos gays são vítimas de agressões, piadas, violências físicas, exclusão, segregação; quando lhe são negado o direito de viver; quando se nega a produção de estatísticas acerca dessas mesmas violências; quando também verificamos a pouca participação da pauta LGBT nas agendas de politicas públicas do estado brasileiro, inclusive da nossa cidade Petrolina.

Não admitimos que se naturalizem tais violências na maior festa da nossa cidade, espaço que deveria promover a cultura de paz, de alegria. Tamanha truculência nos entristece, assim como entristece toda a população que quer se confraternizar nos festejos juninos.

A pessoa negra e LGBT não pode ser tratada segundo lógicas eugênicas que ainda são manifestadas nos sistemas de segurança pagos com o dinheiro público do nosso município. O povo não quer pagar para ser agredido. Essa não é a cidade que queremos.

Na oportunidade, lembramos que homofobia é crime, operante na Lei Nº 7716/89 e que as providências jurídicas serão tomadas. Esperamos que a gestão municipal também se manifeste e tome as medidas necessárias para que crimes como este não voltem a acontecer.

Estamos juntos na luta, Rafael!

Mandato Coletivo do vereador Gilmar Santos, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Petrolina.

Da Redação: Preto no Branco